sexta-feira, 24 de outubro de 2014

HISTÓRIA DO PARAZINHO, Origem e fatos históricos

HISTÓRIA DO PARAZINHO
Origem e fatos históricos
Origem:
Uma sesmaria doada ao português: Domingos Machado Freire; que começou a ser povoada por volta de 1650. Cercada de mistérios, natureza abrangente e de também muitos índios. Lugar que mais tarde seria palco de uma milagrosa aventura que até hoje nos causa admiração.
Conta-se que por volta de 1700, um navio à vela, conduzidor de especiarias, partiu de Pernambuco com destino a um lugar chamado de ‘Porto do Francês’ (hoje, Urtiga) ao Ceará. E após longos dias de penosa viagem, formou-se um terrível temporal. Era noite. No céu o relâmpago fendia o espaço e o trovão ecoava de lado a lado. Um vento rígido soprava com fúria, rasgando as velas do barco e o mar ameaçava cada vez mais a frágil embarcação com seus tripulantes.Aterrorizados pela violência da tempestade, os navegantes prometeram a Nossa Senhora do Livramento (de quem eram devotos, e costumavam recorrer), fazendo o voto que se escapassem com vida, no lugar em que encontrassem “gente mansa” que lhes pudessem socorrer, ergueriam um altar a excelsa Virgem do Livramento.

A embarcação foi a pique nas proximidades de Jericoacoara, afundando com toda a carga e alguns tripulantes. Porém, três náufragos (que se tem notícia) sobreviveram e chegaram à costa que então era habitada por índios selvagens. Por alguns dias percorreram as praias (enfrentando o sol escaldante, durante o dia; e um frio intenso, à noite. Além da fome).Encontraram então, um pequeno lago e seguiram um riacho que era afluente do mesmo. Subiram uma pequena colina no intuito de melhor se orientarem e lá, próximo de um velho pé de juazeiro, decidiram descansar. Já sem esperança de vida, ouviram um tiro. Imediatamente seguiram a direção do som. Lá encontraram um humilde caçador holandês, que os conduziu à sua pobre moradia (uma pequena choupana), acolhendo-os amigavelmente. Em comprimento do voto ergueram uma tosca e pequena casa de oração dotada de um altar à N. S. do Livramento no local do encontro com o caçador, que é o mesmo em que está a antiga Capela do Parazinho, atual Educandário.
Alimentados e mais fortes, foram conduzidos pelo caçador até o povoado mais próximo, terras de propriedades do Coronel Gerônymo Machado Freire (primo herdeiro de Domingos), abastado fazendeiro das terras próximas a ribeira do Coreaú, onde nas mesmas aconteceu o encontro dos sobreviventes com o caçador.
O tempo foi passando e vários milagres atribuídos à Santa foram acontecendo, levando a devoção de muitos romeiros a transformar-se na maior romaria do Norte do Ceará. Era a cura da Ribeira do Acaraú, cuja jurisdição da região pertencia ao Pe. João de Matos Monteiro, que chegou pela primeira vez ao curato em 1713.
Tudo isso nos leva a crer que a Capela tenha sofrido muitas intervenções até chegar à sua forma de um único e pequeno vão, construído pelo Capitão-mor Domingos Machado Freire (e que assim permaneceu por mais de um século), que doou meia légua de terra quadrada em torno da sua construção.
Após isso, com 80 anos de idade, Domingos faleceu no dia 15 de março. Sendo sepultado na Capela que ele próprio construíra. Deixando um rico legado ao seu jovem primo: Gerônymo Machado Freire, com a obrigação/condição de casar com uma filha de seu sobrinho, Francisco Machado.
Após algum tempo, vivendo sua grande paixão, Gerônymo caçava com seus amigos e seus bravos cães. O mesmo se encontrou isolado e foi atacado por uma feroz onça que estava a lhe devorar. Ele que também tinha devoção a N. S. do Livramento, pediu socorro à Mesma: -prometendo doar meia légua de terra.
Sendo salvo pelos seus criados que chegaram de imediato, Gerônymo deu então a terra, tendo como ponto central uma pedra existente no terraço da casa de Manuel Joaquim Salgado (um dos moradores que já residia perto do altar erguido).
Voltando os náufragos após alguns anos mais tarde, trouxeram a primeira Imagem (que media mais ou menos 50 cm). Daí então iniciaram a construção que é a parte central do Educandário.
Os habitantes deste povoado, decidiram então chamá-lo de Nossa Senhora do Livramento do Pará (hoje Parazinho), nome dado em origem ao lago chamado de Pará, existente ao lado direito da Capela. Pará em Tupi-guarani significa: água parada.
Fonte: Parazinet
Postado por Ramalho Vasconcelos

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